terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Aporte do mês e o preço pago nas ações (valuation).

Pra quem assiste Trato Feito, ri bagaraio kkkkkkkkkkk


Faaaaaala personas, tudo beleza? Bom, a grande vantagem das quedas dos últimos tempos são as promoções que se formam. Pra quem investe dá até água na boca! Bom, aproveitei um pouco as quedas e consegui comprar um bom lote de TAEE11, baixei bastante meu preço médio e consegui pegar a um preço que permite um Dividend Yeld de 12,5%. BÃO!
Então tá aí, o aporte do mês foi:
TAEE11
R$ 17,52
Seguem os fundamentos da empresa:

Essa compra do mês e essas quedas me fizeram refletir em algumas coisas. Um dos pontos mais importantes ao se investir em um ativo é o preço pago. A qualidade do investimento está intrinsecamente ligada a quanto você paga por ele e quanto ele vale (VALOR não preço). Pra ilustrar isso de maneira simples: Você está interessado em comprar uma banca de jornal, encontra uma banca que dá 2k líquidos por mês, sendo vendida a 20k, bom negócio, não? Mas e se essa mesma banca estivesse sendo vendida por 500k? Você demoraria 250 meses (20 anos) para pagar seu investimento, e nesse tempo correria todos os riscos associados a um comércio (falência, assaltos, crises), péssimo negócio, não? 

Com ações não é diferente, a qualidade da sua sociedade com a empresa está diretamente ligada a quanto você paga e quedas são fantásticas por isso. Veja bem, a Taesa deu um lucro de 2 reais por ação no ano passado, e estava sendo negociada a aproximadamente 23 reais a algum tempo, hoje está sendo negociada a 17. A empresa mudou? Não! Nada! Então, você consegue comprar o mesmo investimento por um preço bem melhor, e agora consegue ter retorno de 2 reais em 17, não mais em 23. A empresa é a mesma, com o mesmo lucro, só o preço mudou! Essa é a diferença entre preço e valor, preço é o que se paga, valor o que se leva. E todos sabemos que no longo prazo os preços sempre acompanham os lucros da empresa, mesmo que se tenham grandes oscilações no curto prazo. Um fato interessante sobre isso é que o mercado estava bem desconfiado de BRML o que a fez cair forte, mas bastou que divulgasse bons resultados que subiu 7% em um dia. Olhe os resultados e fundamentos da empresa, só eles importam pra você. E a partir do momento em que começar a pensar que quando as ações desvalorizarem você vira comprador e não vendedor, nunca mais temerá quedas.

Mas então, como precificar uma empresa? O foco dos meus investimentos são dividendos, o faz-me-rir, a grana líquida que cai na conta e alegra o pequeno investidor. Particularmente não gosto de nenhuma coisa rebuscada demais para valuation (cálculo do valor justo da ação), acho que tudo que é muito enfeitado é pouco funcional, mas Décio Bazin e Graham tem métodos muito simples e eficazes para o Holder. Bazin diz o seguinte (Faça Fortuna Com Ações Antes que Seja Tarde): Só compre se o Dividend Yeld for maior que 6% (tolerando até próximo de 4%, dependendo do caso). Pronto. Se for menor coloca na poupança (que dá 6% ao ano), espera o preço cair e compre. Graham dá um método que acaba gerando resultados parecidos com Bazin. Em O investidor Inteligente (cap. 5) ele diz para não comprar uma empresa que seu preço seja maior que 25 vezes a média dos seus lucros (dividendos) nos últimos anos, ou maior que 20 vezes seus dividendos dos últimos 12 meses. Isso dá em torno de 5% de retorno. Então pronto, dois métodos extremamente simples pra você descobrir se está pagando bem nos seus papéis.

A vontade de ter muito mais grana pra encher o carrinho não me falta, tem empresas muito tentadoras hoje... Acredito que o próximo aporte será em BBAS, dependendo do preço. Grande abraço galera e que essa andança de lado continue, pra eu amontoar empresa boa!



18 comentários:

  1. minha unica chatiação é não ter mais grana... vou comprar apenas uma empresa esse mês e estou ajustando a mira pra pegar ela na hora certa...

    bela aquisição, vamos que vamos!

    abraço.

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    1. Valeu Victor, e se eu tivesse bala entraria em várias outras também.

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  2. Fala Thales!
    O livro do Bazin é com certeza um dos melhore que já li.
    Gosto desse estilo simplicista dele também. Mas ao mesmo acredito que possam sim existir boas empresas, que vale a pena investir e que não possuam esse DY acima de 4%.
    Sobre o livro do Graham. Eu nao terminei de ler ainda. Mas ele diz que o preço não pode ser 25 vezes o lucro? Isso seria PL de 25. E acima de 20, pra mim, ja esta bem caro. Além do mais PL de 25, não necessariamente significa que distribuiram dividendos de 4%. Imagino que a forma de escrever mesmo que deixou esse espaço para interpretação ambígua... mas bem. To enchendo o saco também. Deu pra entender...
    abs
    avante!

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    1. Pô migrante, foi mal, meu texto que ficou cagado. O lucro a que Graham se refere são dividendos também (lembro que no parágrafo de cima da precificação ele fala isso). Em alguma parte do capítulo 5 ele diz pra precificar com no máximo 25 vezes a média dos lucros dos últimos anos ou 20 vezes os dos últimos 12 meses, o que dá 5%. Vou corrigir o texto e muito obrigado pela visita!
      Abraços!

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  3. Ao se verificar o preço você precisa ter em mente duas coisas, preço e lucro.
    Pronto, você pode brincar como você quiser contanto que na sua visão tenha essas duas coisinhas...
    O DY nada mais é que isso, a única diferença é que você está analisando uma parte do lucro somente (eu realmente não gosto de analisar o DY, mas acho que é isso que realmente da a graça do negócio, diferentes maneiras de analisar, porém sempre analisando a mesma coisa), eu analiso diretamente o P/L, tem gente que analisa o lucro, o preço, a dívida, a selic, a numerologia da mãe e se está chovendo na quinta-feira.

    Uta!

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    1. Realmente! As diferentes formas são muito bacanas, eu busco as mais simples e que gerem resultados consistentes! rsrs
      Grande abraço!

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  4. Só tomar cuidado que Yield passado não é garantia de Yield futuro, vide ELPL4. A futuro da Taesa é muito incerto, o mercado já está precificando.

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    1. Com certeza Uorrem, TAEE ai passar por um período tenso em 2016, mas até lá tem muita água pra rolar. E me baseio apenas no fato de ser uma empresa consistente e confio que vão dar um jeito de contornar as tribulações. Abração!

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    2. O fluxo de caixa da Taesa é previsível e a queda do RAP é de conhecimento público. Isso já está mais do que precificado.

      Eu revelei essa empresa à Blogosfera e paguei o preço do pioneirismo. Preço médio de R$ 22,xx! Mas, tenho bastante poder de fogo (leia-se: aportes). Vamos ver se longo prazo esse preço médio vai fazer alguma diferença para quem faz compras mensais...

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    3. Li que já está precificado e que o fluxo de caixa é previsível mesmo Troll, vamos ver o que essa queda vai impactar realmente. E meu PM também estava próximo dos 22, mas agora caiu pra pouco mais de 18, ainda bem! rsrsrs Abraços.

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  5. Fala, Thales!

    Preço is all that matters! hahaha

    Lembrando que utilizar apenas UM indicador não é bom. Primeiro analisa-se pra ver se a empresa é boa e a TENDÊNCIA de continuar boa se mantem.

    Em caso positivo, daí sim, pode eleger algum critério, mesmo que seja apenas um indicador para compra. Eu não recomendo; recomendo alguns indicadores fundamentalistas e que se possível sem muita relação. Um único pode estar mascarando alguma coisa.

    []s!

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    1. Fala dimarcinho, tudo bem? Muito bom ter você aqui. Sim, devemos olhar vários indicadores. Na verdade preço é a última coisa que olho, somente se passar no crivo do resto! Grande abraço!

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  6. Thales, esta discussão de preço não tem fim. rsrsrs

    Eu entendo todos os exemplos dados pelas pessoas e tudo faz muito sentido e tem muita lógica, mas por outro lado, sempre tendo pensar de maneira diferente (talvez por isso o blog se chame Economicamente Incorreto), para tentar entender as situações.

    Veja este exemplo da banca de jornal, pode ser realmente que se o preço está 500k, esteja caro, mas se o mercado está precificando assim (lembre-se que o preço não é estipulado somente pelo vendedor, pois se chegou a este patamar é porque tem muita gente comprando também, alias, mais gente comprando que vendendo) é porque existe alguma possibilidade de ter alguma coisa valiosa aí nesta banca de jornal e você não sabe (uma mina de ouro, um poço de petróleo, sei lá). Em geral, empresas com lucros consistentes e crescentes não passam por tantas distorções de preço assim.

    Agora, outro fator que deve ser analisado é, como que este preço atingiu este patamar? foram notícias e boatos ou pura especulação do mercado? subiu de repente ou levou anos para chegar neste patamar? Permanece neste patamar a quanto tempo? Se for um caso como OGX, que estava com preço alto em cima de promessas, melhor nem olhar, agora se é uma empresa que dá lucros consistentes por muitos anos e crescentes, pagando dividendos, vale a pena dar uma olhada. O problema é que não dá pra saber exatamente quando está caro ou barato e a melhor forma de minimizar isso é fazendo 2 coisas: diversificação e compras aos poucos. Imagina que esta banca de jornal representa 3% da sua carteira e você foi comprando aos poucos por 5 anos. Mesmo que você tenha pago caro (não 500k, pois está exagerado e empresas com lucros consistentes não tem tanta distorção assim) o preço médio do período deve ter sido bom e condizente com o valor da empresa, já que na verdade pagou caro e barato ao longo do tempo, se a empresa despencar 50%, isso representou 1,5% da sua carteira. Se o fator que fez a empresa despencar foi exclusivo da empresa e não do mercado, provavelmente as outras empresas compensaram esta diferença facilmente (assumindo que você tem uma carteira composta por empresas lucrativas e consistentes). Por isso que montar uma carteira consistente com empresas lucrativas é o fator mais importante.

    Veja, não estou falando que deve ser comprado a qualquer preço, existe bom senso, mas se durante 5 anos um ativo bom permaneceu "caro", deve ter algum motivo que só você não sabe, então é melhor investigar. Preços são influenciados por fatores intrínsecos a empresa e ao mercado que ela atua e também por fatores macro-econômicos, Deve-se ficar atento a estes pontos ao analisar uma empresa.

    Com respeito às métricas de P/L e Dividend Yield que menciona, eu não constumo olhar o DY, mas Crescimento dos Lucros X Payout, pois estes indicadores falam mais sobre a empresa que P/L e DY.

    Abraços,

    Blog Economicamente Incorreto
    http://economicamenteincorreto.blogspot.com.br

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    1. Pô EI, que aula. Valeu muito a passagem aqui no blog, e você destacou pontos que realmente eu não havia pensado e que talvez entrem na discussão dos mercados eficientes, que é o fato do preço estar alto por alguma razão desocnhecida pro pequeno investidor aqui.
      Mas agradeço demais a passagem e o post, pois foi de grande proveito pra mim.
      Grande abraço.

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    2. Thales, quem sou eu para dar aula de alguma coisa. Eu apenas tento pensar em maneiras diferentes de olhar as coisas (o famoso "pensar fora da caixa"), mas quem me dera ter as respostas corretas para qualquer assunto.
      Abraços

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  7. A Vale esta com P/L mais alto da historia. Está barato ou caro?

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